Já tinha assistido M Butterfly (1993) há vários anos, ainda adolescente (abapha!) mas ontem passou na TV a cabo e assisti de novo...Como vocês sabem, a releitura de uma obra sempre nos propõe diferentes pensamentos, até porque hoje tenho outras experiências de vida que me permitem "enxergar" o filme de outra forma. E isso é bom.
René Gallimard (o excelente ator Jeremy Irons) é um diplomata recém - chegado à China dos turbulentos anos 1960, uma época em que o regime comunista busca seu espaço na sociedade. René acredita firmemente que ao entendermos a cultura do outro, é possível se estabelecer uma convivência tolerante entre Ocidente e Oriente. E ele começa a se inserir nessa cultura milenar até conhecer a cantora de ópera Song Liling (o igualmente ótimo John Lone, do clássico O último imperador -1987), e se apaixona perdidamente por ela.
Só tem um problema neste relacionamento: René não sabe que todos os papéis femininos da Ópera de Pequim são, culturalmente e milenarmente, interpretados por homens, e não mulheres. E Song consegue "enganar" René por vários anos justificando seus pudores pela cultura chinesa. E neste relacionamento eles reinventam o sexo e o amor.
M Butterfly é uma metáfora para a imagem, para a visão do que queremos acreditar. Será que não enxergamos o que está à nossa frente porque não queremos ou porque não conseguimos ver, devido a nossa educação ocidental, tão limitada e cheia de preconceitos?
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