Pelo poster já dá pra sentir o drama que é esse filme, né gente? Muito falado e mal falado pelos críticos de plantão que não aceitaram muito bem Madonna como diretora, a verdade é que W.E. (2011) não demonstra grandes pretensões cinematográficas, até porque Madonna nem escolheu atores tão famosos assim. Ela apostou em um quesito interessante: um novo olhar para a história de amor vivida pelo ex-futuro rei da Inglaterra, Edward, e sua Wallis, americana duas vezes divorciada.
Edward se apaixona por Wallis quando ela ainda está casada com o 2º marido, em plena década de 1930 - obviamente que se tornará odiada por todos os ingleses: é americana, já foi divorciada e terá que conviver com um homem que abdicará do trono a que foi destinado por amor a ela. Madonna imprime aqui um olhar interessante a respeito deste romance do tipo conto de fadas: o que acontece realmente no final? Será que ele não se torna um fardo para a mulher? Analisando as cartas que Wallis escrevia para sua tia americana e outras amigas, surge uma reflexão no mínimo perturbadora de quem vivenciou o romance em si, pois Wallis conclui: Meu Deus, estarei presa a este homem pelo resto de minha vida... Para o resto da vida é muito tempo, não é? Pois a felicidade não é eterna e plena como sugerem os contos de fadas...
Ao mesmo tempo, temos no filme o desenvolvimento da história de Wally, uma moça do século XXI insatisfeita com seu casamento e obcecada pelo romance do século. Ela acaba se envolvendo com um agente de segurança russo, que lhe dá justamente o que precisa: amor e carinho...É Wally quem vai superar sua própria obsessão por histórias de amor perfeitas: já que a sua não é, o que vale é ir atrás de quem lhe faz feliz...
Mas estaria sendo injusta se não falasse da Direção de arte do filme: perfeita! Aqui realmente observamos o capricho do olhar exigente de Madonna: cores e formas exuberantes para retratar a década de 1930 e minimalismo para os dias atuais: