sábado, 12 de maio de 2012

Licença poética: Rimbaud

Outro dia lembrei de um poeta cujos escritos me caíram nas mãos ainda na adolescência...Querendo ser rebelde, descobri o francês Arthur Rimbaud.


Jovem, intempestivo, maldito, infernal, genial e inquieto, Rimbaud (1854-1891) começou a escrever ainda criança, tanto em francês quanto em latim e isso contribuiu para que ele recebesse vários prêmios. Ávido por novas experiências, aos 15 anos resolve cair no mundo (primeiro em Paris!), apóia os comunistas, vira anarquista e choca a todos com seus cabelos longos, bebedeiras e discursos nas tavernas soturnas parisienses. 

(Rimbaud é quem está com a mão no queixo; a seu lado, meio careca, Paul Verlaine)

E se junta aos intelectuais da época, simbolistas e parnasianos, levado por Paul Verlaine, que se deixa seduzir pelos versos francos e ansiosos de Rimbaud e...fatalmente se apaixona por ele. Mas não vou discutir esse relacionamento tempestuoso dos dois aqui; simplesmente hoje quero que vocês "sintam" a felicidade plena de ser livre, deliciosamente "sentida" através do tato, da visão, do paladar, do olfato e da audição; aqui, poesia se transforma ardorosamente em música, evocando sensações um tanto esquecidas na vida moderna:

E desde então no Poema do Mar mergulhei,
Cheio de astros, latescentes, devorando
Os verdes céus, onde às vezes se vê,
Lívido e feliz, um sonhador boiando.

Onde tingindo de repente o infinito, delírios
E ritmos lentos sob o dia em esplendor
Mais fortes que o álcool, mais vastos que nossas liras,
Fermentam as sardas amargas do amor!

Sei dos céus rasgando-se em raios, e das trombas,
Das ressacas e da noite e das correntes,
Da Alba exaltada igual a um bando de pombas,
E o que o homem acreditou ver viram meus olhos videntes!






2 comentários:

  1. Rimbaud, um prodígio marcante para a história da poesia.

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  2. Um verdadeiro gênio que produziu intensamente em poucos anos, depois foi fazer da própria vida a sua real poesia.
    Amo muito!

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